Monday, July 28, 2008
LGBTFOBIA, O ÓDIO QUE MATA: Rosa Pazos, activista transexual, 47 anos, morta por apunhalamento.
Na passada Sexta-feira 11 de Julho, Rosa Pazos, activista transexual de 47 anos, foi encontrada morta na sua morada de Sevilha. Depois de submeter o corpo à correspondente autópsia, o Instituto Anatómico Forense emitiu um relatório em que se expressava que Rosa fora objecto de apunhalamento. Recentemente, fontes sem determinar pugérom em dúvida a versom do assassinato.
Os grupos e colectivos assinantes deste manifesto exigimos com carácter de urgência:
1.O esclarecimento dos factos à volta da morte de Rosa Pazos na maior brevidade com o fim de evitar difamaçons sobre as causas associadas com a sua morte assim como de incrementar a dor que já está a supor para familiares, amizades e companheiras/os de Rosa.
2.A implicaçom no caso do Procurador Geral do Estado, Sr. Cándido Conde Pumpido com o fim de exigir e agiliizar o esclarecimento dos factos citados.
3.O tratamento do processo sob as condiçons de máximo respeito à dignidade da falecida e de quem a rodeiam, tanto por parte das instáncias policiais e judiciárias envolvidas no processo como por parte dos meios de comunicaçom, cujo labor informativo sobre o caso de Rosa até o momento resultou extremadamente ofensivo e transfóbico. Da maneira que se tem denunciado desde o conhecimento da notícia. O respeito à identidade de Rosa e à intimidade da sua pessoa descarta o sensacionalismo dos meios e o talante discriminatório com que até a data se tem abordado a notícia.
Da mesma maneira, denunciamos a enorme transfobia que envolveu a vida quotidiana de Rosa, assim como o facto de que lhe fosse negado o seu direito à mudança de documentaçom e acesso à cirurgia devido a que os nossos sistemas de saúde entendem que umha pessoa com um diagnóstico de esquizofrenia ou qualquer outra “doença mental” nom pode decidir sobre o seu corpo ou a sua identidade de género. Essa era a denúncia de Rosa e sem dúvida também a nossa.
As transfobias quotidianas que se encontram nas ruas, nas leis, nos meios de comunicaçom, etc, som as que impedem a muitas pessoas de acederem a direitos básicos como o acesso ao mundo laboral, o respeito à própria identidade e o direito à autodeterminaçom do próprio corpo longe da tutela psiquiátrica.
Exigimos que a Administraçom Pública assuma a sua responsabilidade e trabalhe para a integraçom laboral e social das pessoas trans. Exigimos um trabalho sério, à altura da gravidade e a importáncia da situaçom: nom queremos mais parches, cremos firmemente que a maneira de evitar este tipo de situaçons é trabalhar directamente da raiz do problema e fazê-lo sem escusas. Nom é umha proposta séria nem conseqüente aquela que aprova umha “lei de identidade de género” para evitar a discriminaçom e ao mesmo tempo trata de doentes a quem manifestam umha identidade de género diferente à majoritária. Diferente, nom por isto patológica. Reivindicamos que se trabalhe para deconstruir os estereótipos que associam a identidade trans com o estranho, o monstruoso e o perverso, por destruir todas as mensagens que geram ódio e nos convertem em marginalizadas e marginalizados sociais.
Denunciamos mais umha vez a extrema vulnerabilidade do nosso colectivo e a mais do que alarmante freqüência com que encontramos casos de pessoas trans mortas em estranhas circunstáncias.
Reivindicamos novamente que a luita contra a transfobia é umha luita de todas e de todos, é um compromisso de quem queremos construir umha sociedade distinta. Que a única forma de acabar com estas discriminaçons e violências que se visibilizam nas ruas das nossas cidades, nos despedimentos, na exclusom, nas agressons verbais e físicas é identificá-las no nosso contorno mais próximo e denunciá-las em todo o momento. Porque embora dos movimentos sociais luitemos para acabar com a transfobia, a verdadeira luita está nas nossas ruas, os nossos bairros, as nossas escadas, onde cada dia se vive a violência.
Lembramos que os grupos de Barcelona, Bilbau, Galiza, Madrid e Saragoça aqui assinantes realizamos já um labor de observaçom sobre a evoluçom judiciária e mediática do caso com objecto de denunciar qualquer tipo de ingerência ou de vulneraçom que por acçom ou omissom poda ter lugar durante o processo. Da mesma maneira, denunciaremos polos métodos formais pertinentes qualquer tipo de acto que atente contra a dignidade da falecida e em particular aqueles de natureza discriminatória que se dirijam contra o respeito à identidade de género.
Compostela, Corunha, Barcelona, Bilbao, Madrid, Saragoça, Segunda-feira 28 de Julho de 2008
Stonewall,Towanda (Aragom) Maribolheras Precarias, Federaçom Aturuxo, TrasnGaliza, Panteras Rosa Galiza (Galiza),
Medeak, Mass Medeak, Queer Ekintza, Gaztehgam, Ehgam, Errespetuz-Asocación Vasca de Transexuales (País Basco), Guerrilla Travolaka, Front d´Alliberament Gai de Catalunya, Col-lectiu Gai de Barcelona (Catalunha), Acera del Frente, Liberacción (Madrid).
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